O crítico americano Harold Bloom, ao fazer seu tratado sobre a
genialidade na literatura, considerou Machado de Assis “uma espécie de
milagre”. Nascido pobre num país periférico, mestiço ainda em época de
escravidão, portador de epilepsia, conseguiu equiparar-se a escritores
em condições de notoriedade bem mais confortáveis do ponto de vista
histórico-cultural. Na lista de Bloom, há outros 99 autores
excepcionais de todos os tempos, grande parte de línguas inglesa e
francesa, com séculos de tradição à frente.

Reprodução / Acervo Academia Brasileira de Letras
Os
relatos biográficos – que poderiam ajudar a compreender como superou as
expectativas para alguém em sua posição social – muitas vezes se
contradizem. Sabe-se que nasceu numa casa modesta, no Morro do
Livramento, no Rio de Janeiro, em 21 de junho de 1839. O pai era
pintor, filho de ex-escravos, a mãe, lavadeira portuguesa. Conta-se que
uma madrinha rica deu-lhe acesso a uma grande biblioteca. Há quem diga,
porém, que a tal senhora morreu antes que o garoto completasse seis
anos, idade em que não poderia ter lido muita coisa, ou talvez quase
nada.
Existem versões ainda mais mirabolantes para esclarecer a razão de alguns de seus tantos talentos. O escritor Carlos Heitor Cony, que se define como “machadiano”, atribui a uma amante inglesa, oficialmente casada com José de Alencar – sim, o Alencar autor de “Iracema” -, o mérito de ter ensinado a Machado de Assis o idioma de Shakespeare. Para Cony, Mário de Alencar é, na verdade, filho bastardo, enredo que ironicamente estaria espelhado no triângulo Bentinho-Capitu-Escobar.
Por ajuda da sorte ou com bastante esforço, o fato é que, bem antes dos 20, o rapaz mulato de origem humilde começa a trabalhar na imprensa e passa a publicar crônicas cada vez mais lidas. À beira dos 30, lança o primeiro livro, “Crisálidas”; e pouco depois dos 40, o primeiro grande livro, “Memórias Póstumas”, que inaugura sua segunda e melhor “fase”. Aos 50, funcionário público bem-sucedido, vive no Cosme Velho com a mulher, Carolina, está cercado de admiradores e amigos e é visto como o maior escritor em atividade. À exceção de Silvio Romero, que o detesta, todos os seus pares o reconhecem: Visconde de Taunay, Joaquim Nabuco, Graça Aranha, Raul Pompéia, Olavo Bilac, entre outros, com quem fundará, em 1896, a Academia Brasileira de Letras, a casa que mais festeja seu nome no ano do centenário de sua morte.
Fonte: http://lazer.hsw.uol.com.br/machado-de-assis2.htm
Por: Priscila de Sá Braga Fonseca
Reprodução / Acervo Academia Brasileira de Letras
Existem versões ainda mais mirabolantes para esclarecer a razão de alguns de seus tantos talentos. O escritor Carlos Heitor Cony, que se define como “machadiano”, atribui a uma amante inglesa, oficialmente casada com José de Alencar – sim, o Alencar autor de “Iracema” -, o mérito de ter ensinado a Machado de Assis o idioma de Shakespeare. Para Cony, Mário de Alencar é, na verdade, filho bastardo, enredo que ironicamente estaria espelhado no triângulo Bentinho-Capitu-Escobar.
Por ajuda da sorte ou com bastante esforço, o fato é que, bem antes dos 20, o rapaz mulato de origem humilde começa a trabalhar na imprensa e passa a publicar crônicas cada vez mais lidas. À beira dos 30, lança o primeiro livro, “Crisálidas”; e pouco depois dos 40, o primeiro grande livro, “Memórias Póstumas”, que inaugura sua segunda e melhor “fase”. Aos 50, funcionário público bem-sucedido, vive no Cosme Velho com a mulher, Carolina, está cercado de admiradores e amigos e é visto como o maior escritor em atividade. À exceção de Silvio Romero, que o detesta, todos os seus pares o reconhecem: Visconde de Taunay, Joaquim Nabuco, Graça Aranha, Raul Pompéia, Olavo Bilac, entre outros, com quem fundará, em 1896, a Academia Brasileira de Letras, a casa que mais festeja seu nome no ano do centenário de sua morte.
Fonte: http://lazer.hsw.uol.com.br/machado-de-assis2.htm
Por: Priscila de Sá Braga Fonseca
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